Poster do filme
Ocasionalmente
Hollywood faz duas coisas: a primeira é homenagear a televisão em filmes como
os da franquia Missão: Impossível
(veja a crítica do filme mais recente aqui). A segunda é satirizar e, até
mesmo, criticar a si mesmo como, por exemplo, no mal compreendido e subestimado
filme S.O.B. (1981), do cineasta
estadunidense Blake Edwards (da
franquia A Pantera Cor-de-Rosa).
Neste filme, por meio da sátira, é feita uma crítica implacável à indústria de
filmes e ao modo de vida de artistas e empresários do ramo. Como diria o
teatrólogo lusitano Gil Vicente (c.
1465 – c. 1537), Ridendo Castigat Mores
(em latim, Rindo Castigam-se os Costumes).
Em Entourage: Fama e Amizade, o ator
Vince Chase (Adrian Grenier, de O Diabo Veste Prada) finalmente é um
astro do primeiro time, com todo o sucesso ao qual tem direito, mais dinheiro e
mulheres lindas ao seu redor. Porém, não se esquece de seu meio-irmão Johnny “Drama”
(Kevin Dillon, de Platoon) e seus amigos de infância
Turtle (Jerry Ferrara, de Battleship – Batalha dos Mares) e Eric
(Kevin Connolly, de Um Ato de Coragem), que também é seu
empresário. Vince vai atuar em novo filme que promete ser um sucesso, mas com a
condição de dirigi-lo. Isso desagrada o chefe de estúdio Ari Gold (Jeremy Piven, de Sin City 2: A Dama Fatal), que não acredita no talento de Vince
como diretor, principalmente com a grande quantia de dinheiro que se está gastando
na produção do filme e Vince ainda vem pedir mais!
Porém,
após assistir uma versão incompleta do filme em DVD, Ari muda de opinião e vai
até o Texas pedir o dinheiro ao fazendeiro que patrocina o filme, Larsen
McCredle (Billy Bob Thornton, de Armagedon). Entretanto, Larsen decide
enviar seu filho Travis (Haley Joel
Osment, de O Sexto Sentido)
junto com Ari até Los Angeles para assistir o filme em uma sessão na casa de
Vince antes de entregar o dinheiro. Travis assiste o filme e diz que o dinheiro
de seu pai só será entregue se “Drama” e Vince forem postos para fora da
produção.
Entourage:
Fama e Amizade é baseado no seriado
de mesmo nome (que, em inglês, significa comitiva) criado pelo diretor Doug Ellin, que também assina o
roteiro, e exibido entre 2004 e 2011 no canal por assinatura HBO. A série conta a história dos cinco
amigos nova-iorquinos que vão até Los Angeles tentar a sorte na capital do
cinema, tudo em meio a muita confusão, romance, sexo e bebedeiras. A inspiração
veio na carreira do ator Mark Wahlberg
(de Boogie Nights – Prazer Sem Limites)
– que, além de ser co-produtor, faz uma
ponta no filme - e no relacionamento dele com seus amigos íntimos.
O
filme faz justamente as duas coisas citadas no início deste texto: homenageia o
seriado de TV que, por sua vez, satiriza e critica Hollywood. Não chega a ser
tão incisivo quanto S.O.B., mas,
ainda assim, mostra como é interesseira, mesquinha e gananciosa a chamada
indústria cinematográfica como, por exemplo, na cena que mostra o verdadeiro
motivo de Travis querer tirar os irmãos Chase do filme e a modelo que tenta
chantagear Eric com uma falsa gravidez para subir na carreira.
Na
verdade, o filme é um episódio estendido do seriado. Cada episódio tinha cerca
de meia-hora de duração. É como se o diretor tivesse pegado três episódios e
“colado” um no outro. Aliás, a direção também segue o modelo da série. É
correta, mas não apresenta nada demais. Embora não seja acima da média, a
fotografia de Steven Fierberg
é
boa, mostrando bonitas paisagens de Los Angeles.
Os
personagens têm as suas personalidades bem definidas: o galã Vince, o sensível
Eric, o bronco “Drama”, o malandro Turtle, e o executivo que só pensa em
dinheiro, Ari. Todos típicos nova-iorquinos vivendo em Los Angeles, como se
fossem gente de outro mundo. São como um bando de paulistanos no melhor estilo
“ô, meu” e vestindo a camisa do Corinthians que, de repente, aportam no Rio de
Janeiro e, como não pode deixar de ser, chamam a atenção dos cariocas.
Dos
cinco amigos, dois se destacam: o primeiro é Kevin Dillon. O irmão mais novo de Matt Dillon (de Vidas Sem
Rumo) repete no filme sua boa atuação no seriado como “Drama”, atuação essa
que já lhe valeu uma indicação ao Globo
de Ouro, em 2008 de Melhor Ator Coadjuvante em Série, assim como foi
indicado ao Emmy (o Oscar da TV
estadunidense) como Melhor Ator Coadjuvante em Comédia por três anos seguidos
(em 2007, 2008 e 2009).
Vencedor
do Emmy de Melhor Ator Coadjuvante
em Comédia por três anos seguidos (em 2006, 2007 e 2008), além do Globo de Ouro de Melhor Ator
Coadjuvante em Série, em 2008, Jeremy
Piven prova que não foi à toa
que ganhou todos esses prêmios. Ele dá um verdadeiro show, com uma ótima e
engraçadíssima atuação como o executivo viciado em trabalho e doido para ganhar
dinheiro. Para mim, sua melhor cena – e também do filme – é quando, bem no meio
de uma terapia de casal com sua esposa (Perrey
Reeves, de Brinquedo Assassino 3),
ele larga tudo para tratar de negócios.
Adrian Grenier,
Jerry Ferrara e Kevin Connolly também repetem suas atuações do seriado e não
desapontam. Quem está acostumado com o Haley
Joel Osment de A.I. – Inteligência
Artificial, vai se espantar, pois, no filme, ele está cabeludo, barbudo e
difícil de reconhecer, mas ele está bem como o “caipira coxinha” e mostra que
está além de ser apenas o astro infantil de outrora. Billy Bob Thornton aparece pouco, mas convence como o fazendeiro
que fala curto e grosso.
Entretanto,
que surpreende no filme é a lutadora de MMA Ronda Rousey, que, no Brasil, ficou conhecida pela luta na qual deu
uma surra na sua adversária brasileira, Beth
Correia. Não é a primeira experiência de Rousey no cinema (já atuou em Os Mercenários 3 e Velozes e Furiosos 7), que se mostra bastante à vontade atuando
como ela mesma e sendo o interesse romântico de Turtle – que também apanha
dela.
Além
de Ronda, o filme também tem a participação de artistas como Jessica Alba, Liam Nesson, Emily
Ratajkowski e George Takei; e de
personalidades como o jogador de futebol americano e marido da top model Gisele Bündchen, Tom Brady; o futebolista francês Thierry Henry; o jornalista inglês Piers Morgan e o bilionário Warren Buffett.
O
filme peca pelo excesso de palavrões (embora nada que se compare a O Lobo de Wall Street ou Scarface), o que pode atrapalhar um
pouco para se atingir um público mais vasto. Ainda assim, sem ser nada de
excepcional, o filme diverte e, como uma de suas qualidades, valoriza a amizade
verdadeira. Portanto, se você, leitor, for assistir Entourage: Fama e Amizade, não
irá perder o seu tempo.
RESUMO DO FILME
O
ator Vince Chase finalmente é um astro do primeiro time e decide dirigir seu
primeiro filme com a participação de seu meio-irmão, Johnny, e ajuda de seus
amigos Eric e Turtle. O chefe de estúdio Ari Gold não acredita no talento de
Vince como diretor, mas tenta arrumar dinheiro para as filmagens com um
milionário texano.
COTAÇÃO
Bom.
Veja aqui o trailer oficial de Entourage: Fama e Amizade (Legendado - HD):
Publicado no Observatório do Cinema em 18/08/2015 e no LinkedIn em 24/09/2015.
É certamente um filme feito por fãs da série. Definitivamente Entourage, é o filme que os fãs estavam esperando. Um filme que pode ser melhor ou pior, que pode gostar mais ou menos, mas era certamente mais do que o necessário. Em suma, os comentários ruins não ter feito nenhum bem. Acho que devemos saber julgar algo que é, e eu acho que não foi tratado muito bem a este filme, porque tudo o que pretende fazer é entreter e rir, especialmente a alegria de fãs com esses personagens de novo . É uma boa comédia, e deve ser tomado em consideração.
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