Desde
a sua criação que o cinema é tido não só como entretenimento, mas também como
uma poderosa fonte de comunicação, divulgação de ideias, conceitos, tendências
e propaganda (comercial ou política). Também é usado como um recurso
educacional embora, infelizmente, seja menos frequente. Entretanto, quem
utiliza o cinema para fins educacionais, consegue ótimos resultados.
A
iliteracia – palavra derivada do
termo inglês illiteracy – é uma
palavra ainda pouco conhecida no Brasil e é um sinônimo de analfabetismo,
embora também possa ser utilizada para analfabetismo funcional (dificuldade em
escrever, ler e interpretar um texto). Este é um problema que, nos últimos
anos, os professores e educadores em nosso país vêm dando atenção especial
apesar de todas as dificuldades tais como a falta de recursos, de apoio do
governo e de parte da grande mídia.
Se
você é daqueles que acha que “isso só acontece num país como o Brasil”, está
redondamente enganado. A iliteracia é um problema que ocorre em muitos países,
inclusive nos chamados países de primeiro mundo – tidos como “exemplos” para
muitos brasileiros que sofrem do “complexo de vira-lata” – e são muito mais
frequentes do que se pensa. A União
Europeia (UE) é uma região no
qual a iliteracia cresceu nos últimos anos, em parte devido à crise financeira
que assola o continente nestes últimos anos e que também é conhecida como Eurocrise.
O
programa dedicado aos jovens, Generation
Y, do canal de notícias europeu Euronews,
exibiu recentemente a reportagem “O ABC
do cinema ensina a escrever”, no na qual é mostrado um programa educacional
voltado para jovens adultos da cidade de Nice, na França, em que o cinema – em
especial os curtas-metragens - é um valioso recurso de combate à iliteracia. Esse
programa já faz parte do Projeto Eramus,
projeto da UE voltado para a
educação.
Dezesseis
professores foram até Nice para diversificar seus recursos na Educação de
Jovens e Adultos (EJA). Entre eles, estava o professor espanhol David Yañez Barroso que disse sobre o
programa:
“O melhor de ter o Cinema como uma ferramenta de aprendizagem é que se trata de uma linguagem mais ou menos universal. Toda a gente pode entender um filme. Podemos fazer com que duas pessoas – com contextos completamente diferentes no que toca à educação, à nacionalidade, à língua – cheguem exatamente ao mesmo conceito”.
Sua colega de Malta, a professora Anthea Scerri, complementou:
“Isto é algo completamente novo para mim. Pessoalmente, nunca utilizei curtas-metragens para reforçar a educação de adultos. Esta é uma nova ferramenta que quero muito continuar a aprender”.
Que esse exemplo chegue logo ao nosso país, pois ajudaria, e muito, no combate à iliteracia por professores e educadores de EJA.
Veja aqui a reportagem completa (narrada e traduzida em português europeu):
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